sábado, 28 de julho de 2012

Resenha sobre Amorquia de André Carneiro

          Amorquia, uma obra de André Carneiro (1991) pode ser definido como uma Distopia Erótica.  Distopia por ele descrever um fututo indesejável e erótico por carregar em sua narrativa o sexo como núcleo temático.
          Logo no início somos apresentados a Túnia, mulher que sai de sua residência, vestida de homem e com um pênis falso entre as pernas para atrair alguém. E consegue um rapaz, Pércus, este enganado acerca do gênero sexual da mesma, aceita transar com ela. Essa é apenas a primeira da sucessão de cenas eróticas que permeiam o livro. O sexo existente na obra  é constante e as formas de prazer para se alcançar o gozo são várias, desde carícias obtidas através de animais de estimação até o incesto. A sociedade retratada neste futuro vive para o sexo, a monogamia não é acatada, pelo contrário, é um indício de desagregação social. Por incrível que pareça a narração das cenas eróticas não é vulgar, entedia tamanha a quantidade de situações nos quais os personagens interagem.
         A ilusão de Imortalidade assimilada pelos personagens é desestabilizada através das notícias de mortes de pessoas. Contudo, quando o leitor pensa que a ação do livro vai engrenar o tédio das cenas de sexo continuam, entre tantas uma cena me chamou atenção, quando os personagens estão numa espécie de piscina se estimulando uns aos outros, me lembrou o filme "SHORTBUS". 
          A riqueza de Amorquia reside nos diálogos, facilmente poderiam ser adaptados para uma peça de teatro e se fosse filmado, o livro poderia se tornar uma obra fílmica de Jean Luc Goddard. Há questionamentos acerca da inferioridade do homem à mulher no que tange ao sexo, como também acerca da independência social da mulher neste futuro retratado. 
          A crítica social existente na obra pode ser obtida na analogia da falta de perspectiva inerente aos personagens no tempo em que se desenrola a trama  ao existente nos tempos contemporâneos. De igual maneira, ocorre as críticas ao estilo de vida contemporâneo, quando os personagens falam que no passado os homens "matavem-se dentro de carros" ou fumando. E através desta arma da analogia, André Carneiro expõe ao leitor o quão absurdo pode ser a transformação da  satisfação do prazer sexual em objeto único e principal almejado pelo homem.

  
          
           
            
         

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